Republica Oligárquica: Governo de Campos Salles


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Manuel Ferraz de Campos Salles, fazendeiro paulista, político experiente que foi um dos fundadores do PRP (Partido Republicano Paulista) assumiu o governo federal de 1898 – 1902. Nesse momento o Brasil enfrentava uma crise econômica e divergências políticas entre as oligarquias que prejudicavam a estabilidade do governo.
Em seu livro: ”Da propaganda à presidência” escrito em 1908, faz uma síntese política de seu governo e expõe o pacto com as oligarquias regionais conhecido na historiografia como ‘política dos governadores’ e que possibilitou a estabilidade da primeira República até 1920. Nele, Campos Salles destaca dois cenários políticos encontrados na primeira República: os Estados da federação e a Capital Federal. Para ele, ‘é nos Estados... que reside a verdadeira força política’- as oligarquias estaduais com as quais o poder executivo deveria aliar-se para assegurar seu poder. Entretanto, a Capital Federal representava o mundo da desordem e deveria ser esvaziada politicamente, ou seja, excluía os interesses dos cidadãos comuns, das multidões e sua participação na vida política. Assim, adotou uma política de aliança e troca de favores que manteve o entendimento entre os Estados da federação e a presidência.

A política dos governadores foi um pacto político estabelecido entre os três níveis da administração política do país: o municipal representado pelos coronéis; o governo estadual, oligarquias estaduais e o presidente. Através desse esquema político as oligarquias estaduais apoiadas pelos coronéis elegiam os deputados e senadores favoráveis ao poder central que retribuía com verbas, benefícios, empregos, apoio político. Além disso, o pacto era assegurado pela Comissão de Verificação de Poderes responsável por diplomar os candidatos vitoriosos nas eleições. No entanto, se houvesse vitoriosos de um opositor este não seria titulado, favorecendo os grupos dominantes.
Dessa forma, a troca de favores políticos e o clientelismo garantiram às oligarquias estaduais sua autonomia e, ao executivo o fortalecimento do seu poder. Daí, ressaltar a afirmação de que com a política de governadores, consolidou-se a República Oligárquica no Brasil.

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